domingo, 30 de novembro de 2008

Apresentando o filme em MAR DEL PLATA

Esse aí embaixo sou eu apresentando o filme no TEATRO COLÓN, no Festival de Mar del Plato.
Ao meu lado, a intérprete, que corrigia meu portunhol fulêro, e o Eduardo Flores Lescano, programador do festival (com o microfone).





Crítica publicada em Mar del Plata

Mais uma resenha sobre o filme, essa foi publicada no caderno de cultura do jornal LA CAPITAL, de Mar del Plata, na ocasião da projeção do filme no festival da cidade. Como vocês podem ler no post abaixo, o filme terminou ganhando o prêmio TATO MILLER de MELHOR DOCUMENTÁRIO. O texto ainda está em espanhol.

De cómo y por qué... la cachaza

Desde Brasil, para la Competência Lationamericana, llega ‘Carretera Real de la Cachaza”, a la manera de un viaje, o de una road movie espacio-temporal, retrata la realidad del pueblo brasilero a través de una de las bebidas que más se identifica con su cultura: la cachaza. Por medio de una investigación antropológica, socio-económica y a la vez poética, se procura ensamblar fragmentos significativos de la historia del Brasil, que se va conociendo a medida que se avanza por el antiguo recorrido del Camino Real. Recogiendo en él testimonios de los pobladores de las ciudades que atraviesa, se entrelazan la religión, los mitos e leyendas, con las antiguas tradiciones que aún sobreviven en la vida cotidiana del pueblo.

En el 10o Festival Internacional de Cine de Rio de Janeiro, 2008, recibió el premio especial del jurado como Mejor Documental esta propuesta de Pedro Urano.

Pedro Urano es director de fotografia y realizador. Como fotógrafo se destacan, entre otros trabajos, ele cortometraje “Muro” (Premio Regard Neuf en la Quincena de Realizadores del Festival Internacional de Cine de Cannes 2008) y “Quimera” seleccionado para participar en la muestra competitiva de Cannes 2004 y en el Festival Sundance 2006. En 2008, Urano rueda “Estrada Real da Cachaça”, su primer largometraje como director, donde también realiza la fotografia. El film participó en el Fesrtival Internacional de Cine de Rio de Janeiro 2008, obteniendo el premio al Mejor Documental y en el Festival de Cine de Locarno.

Para Fernando Martín Peña, “la película de Pedro Urano recorre en un mismo movimiento la historia de la cachaça, su principal zona de producción y todo el folklore alrededor de su consumo, que incluye desde misteriosos ritualies místico-religiosos hasta pintorescos versos de borrachos (y borrachas). El resultado es parte documental clássico, parte road-movie y parte film experimental que combina diversas texturas heterogéneas con una definida vocación poética. Es que para el realizador y para los diversos personajes que aparecen registrados en el filme, la cachaçano es simplemente un licor sino también un producto que representa simultáneamente dominación y liberación; una expresión cultural, una forma de vida. Y también, en buena medida, una poción mágica. Es decir, un misterio.

El film se verá a las 10 y 19.30 en el Colón. 

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Ganhamos em MAR DEL PLATA!

O ESTRADA REAL DA CACHAÇA acaba de receber o PRÊMIO TATO MILLER de MELHOR DOCUMENTÁRIO no Festival del Cine de MAR DEL PLATA. É o primeiro prêmio internacional do filme. Ou seja, os argentinos também curtiram a onda: borrachos todos!

domingo, 16 de novembro de 2008

Cachaça na rede!

Segue resenha publicada no blog El Clandestino, que descobri numa pesquisa no Google.

Estrada Real da Cachaça

Se me perguntassem se o filme de Pedro Urano (fotógrafo de filmes como A Paixão Segundo CalladoDiário de SintraO Sol - Caminhando Contra o Vento) é um documentário "histórico", eu diria que não.

Não há um único plano de uma cabeça falante, deitando vasto conhecimento histórico sobre a estrada que vai da cidade litorânea de Paraty, no sul do estado do Rio, até o norte de Minas, chegando à localidade de Milho Verde. Não há também mapas, reencenações, fotos e nenhuma invencionice. Sob esse aspecto, não há um milímetro de filme "histórico" em Estrada Real da Cachaça (Brasil, 2008).

Por outro lado, friamente analisando, vê-se, afinal, que sim, trata-se de um documento histórico, mas feito noutra fôrma, muito mais carregada em tintas poéticas do que em tintas, digamos, acadêmicas. Urano escreveu, produziu, fotografou e dirigiu uma pesquisa de campo - coisa rara, visto que seus colegas documentaristas adoram ou contemplar o próprio umbigo ou sair à caça de algum personagem esquisito e doidivanas. (ou fazer filme sobre mordomo, cunhado e sabe-se lá mais quem)

Sons e falas entrecortadas, sobrepostas; a descontinuidade das imagens, a sutil "vertovizada" no momento de definir onde, afinal, vai dar a tal estrada, seguindo o barulho do trem. Pelo caminho, os bebuns de uma comunidade pesqueira em Paraty e uma velha rezadeira que prepara uma garrafada poderosa (com cachaça, é claro); os fiéis católicos de Morro Vermelho, que lavam a imagem do Cristo com a branquinha (porque, dizem, ajuda a conservar a madeira), as impagáveis lavadeiras de Milho Verde.

O diretor desfia a todos, num painel fundamentalmente brasileiro, porque cachaça, afinal de contas, é coisa nossa.

sábado, 15 de novembro de 2008

Teatro Kursaal, Festival de Locarno, Suíça

Olha a fila na entrada do Teatro Kursaal, em Locarno. Ainda havia muito mais gente na parte interna do prédio. A cena se repetiu no Rio, no Odeon, e no Teatro Colón, em Mar del Plata.
Infelizmente, não tenho fotos dessas outras exibições (essa aí só existe graças à Marina Fraga, que manteve o sangue-frio e fez a foto).





PROMO do filme

Esse foi o PROMO que apresentamos durante a captação no European Film Market, no Festival de Berlin. Está em inglês.


sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O DocBlog comemorou!

Não ganhamos sozinhos. Muita gente fluiu conosco a conquista! Segue a nota do Carlos Alberto Mattos, no DocBlog.

PREMIADOS NO FESTIVAL DO RIO – Merece muita festa a vitória de Estrada Real da Cachaça, de Pedro Urano, como melhor longa documentário do Festival do Rio. É o tipo de filme que areja o doc brasileiro contemporâneo, conjugando com total felicidade invenção e pesquisa, poesia e informação. Menos fácil de compreender foi o prêmio de direção para Helena Solberg por Palavra (En)cantada, cujos méritos estão mais nos fragmentos do que na estrutura montada pela diretora. O Prêmio Especial do Júri para um doc, Jards Macalé - Um Morcego na Porta Principal , também é motivo de celebração, já que não costuma ocorrer em festivais mistos. Lóki - Arnaldo Batista ganhou o prêmio do voto popular, enquanto 69 - Praça da Luz, de Carolina Markowicz e Joana Galvão, era eleito pelo júri oficial como melhor curta doc. 
 

Melhor Documentário no Festival do Rio 2008

Ganhamos o Festival do Rio! Incrível! Melhor Filme Documentário! Os membros do Júri eram a produtora e roteirista argentina Lila Stantic (de filmes como o Pântano, de Lucrécia Martel), o diretor da sessão Panorama do Festival de Berlim Wieland Speck, o diretor e roteirista Jorge Duran e a atriz Camila Pitanga.


Cachaça no DOCBLOG, por Carlos Alberto Mattos

Outra crítica do filme. Essa foi postada pelo Carlos Alberto Mattos, do DOCBLOG, durante o Festival do Rio. Ele não gostou de uma de minhas sequências preferidas! Adoro uma barriguinha.







Caminhos poéticos da 'purinha'

Quase nenhuma entrevista, nenhum depoimento de historiador, nem texto explicativo. Em vez disso, uma suíte de frases, chistes, cantos, ruídos naturais e belíssimas imagens para inventariar os muitos papéis da cachaça no interior de Minas. Mais precisamente, na região do antigo Caminho do Ouro, por onde a colônia escoava a produção das minas até o porto de Paraty. No rastro dos índios, os brancos abriram a estrada. No rastro do ouro, a pinga alegrou os espíritos. 


Pedro Urano poderia ter apresentado seu material, resultado evidente de boa pesquisa, em formatos bastante tradicionais de doc histórico. Mas o que chama atenção em Estrada Real da Cachaça é justamente a troca desse caminho fácil por veredas mais penetrantes e encantadoras. Todos os elementos parecem acorrer mais a um chamado poético que a uma convocação informativa. As lavadeiras cantantes de Milho Verde, os bebuns de cidadezinhas adormecidas nos vales, os fiéis de Morro Vermelho que banham o Cristo em cachaça, o garoto que tenta conduzir a equipe até um alambique e se perde no caminho – é com eles que o filme afina seu diapasão. O que poderia ser um dó-de-peito documental vira uma ciranda gostosa em tom menor, dado pela relação carinhosa dos mineiros com a “branquinha”. 


O óbvio voa bem longe dali. As vozes (quase sempre fora de quadro) ganham ares de versos. As imagens de arquivo chegam calibradas pelo desejo de experimentação, fazendo com que passado e presente se encontrem nos canaviais, cidades e trechos de serra. Ava Rocha foi a responsável pela inspirada edição de som e imagem, marcada pelo impulso vertoviano (o trem, a essência do movimento no mundo, a realidade recriada no corte). 


A escala em uma mina de topázio em Mariana, com digressões alegóricas em torno do turismo e do destino atual das pedras preciosas, cria uma “barriga” e um desvio temático menos interessante. O corpo oscila um tiquinho, mas nada que abale a estrutura nem o charme do doc. 


Estrada Real da Cachaça, mais uma produção do bravo Tarcísio Vidigal, vem se juntar a um grupo de filmes que não cessam de revigorar a linguagem documental no Brasil. Falo de Joel Pizzini (500 Almas), Cao Guimarães (Acidente, Andarilho), Eryk Rocha (Pachamama), parentes que vêm imediatamente à lembrança diante da música doce e original que emana dessa estrada. Carlos Alberto Mattos